quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Borboletas do Poço

Punha-se o sol, as sombras sonolentas
Mansamente nos vales se alongavam,
Bebiam na taberna os arrieiros
E as bestas na poeira se espojavam.
- Fagundes Varela –


Cinco horas da madrugada - aproximadamente. Cheiro de fogueira do resto da noite, gotas de orvalho. As árvores encobriam o céu - céu parcialmente negro e azul. Estrelas da manhã já chegavam ao poço. Poço de águas cristalinas, pedras encantadoras, cachoeira que faz aliviar

Sim!

Era mais uma vez o Poço das Moças, encantando, deslumbrando os olhos dos sensíveis de espírito, de alma e coração. Na descida do barranco, os olhos não sabiam o que lhes aguardavam. Eram todas as suavidades, delicadezas e simplicidades imagináveis. Todos caminhavam com muita energia positiva, sentimento e sensação de tranqüilidade.
Fui a primeira... A primeira a ver um dos mais lindos amanhecer de todos os meus dias! Momento inesquecível, encantador, mágico: um bando de borboletas! Tantas que cheguei a achar que era um lindo sonho. As “nuvens” estavam a cinco palmos das pedras. Tornando, mais ainda, encantador e mágico aquele momento.
Eram tantas, de todas as cores, todos os formatos e tamanhos. Conforme ficamos paralisados para não pisarmos em alguma sequer. Elas se achegavam a nós, suavemente, levemente. Pousavam em nossos corpos, em todas as partes que eram possíveis.

O dia foi nascendo, o sol aparecendo, aquecendo
As “nuvens” sumiram em questão de minutos
Tudo muito lindo
As belas e coloridas borboletas foram voando
Tão livres, tão livres
Deixando em mim a, inevitável e inesquecível, lembrança
Lembrança que faço questão de guardar em minha caixinha de papelão para sempre
Sempre as levarei em minhas mais doces lembranças
As belas, formosas, coloridas e fantásticas borboletas/fadas do Poço das Moças.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mercadorias e Futuro


Mercadorias e futuro
O trabalho é um processo
entre a natureza e os homens
realiza, regula, controla.
Toda força é usada pra controlar
e depois se divide pra produzir.

Ninguém está só!

Nessa terra que gira no oco
ninguém está só
está só.

Todos trabalham
e todos tem acesso
aos frutos de seu trabalho?

Eu pergunto!

Todos trabalham
e todos tem acesso
aos frutos de seu trabalho?

Porque estou aqui para vender uma coisa.
Estou aqui em pé
no som, na luz
para vender um livro.
A terra quem me deu
eu só plantei.

Dos instrumentos de pedra
aos instrumentos de metal
estou aqui para vender um livro.

Passei por lugares
de ramagens pretas
de cruel paisagem
de paragens brancas
infinita estrada e entroncamente
conversei com loucos seres
que me responderam
antes da pergunta.

Estou aqui para vender uma coisa
quem quer comprar?
Pode você não usar
mas tem os seus filhos
e os que virão
os que cairão do vagões do céu
do amanhã.
Você conhece os filhos
que estão plantados lá na colina
e serão colhidos depois?

Demorou para ser feito
e esse símbolo cobrado
não paga nunca hotel.

Dos instrumentos de pedra
aos instrumentos de metal.

E como mercadoria pode ser
comprado, trocado
peço um pouco de atenção
no precioso tempo de vocês.

Tempo é ouro!

Ó amanhã
o que será o amanhã?
É! Eu pergunto embriagado
pelo vinho, pela duvida e o medo da escuridão.

O medo da escuridão!

- Antonio Paes de Lira (Lirinha) - Trecho do monólogo “Mercadorias e Futuro”.
Foto: Renata Teixeira, Itaú Cultural'09 (todos os direitos reservados).

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Diferenças

Quem traçou na terra as linhas que dividem os povos?
Quem plantou nas linguas
as palavras com as quais não nos entendemos?

Em meu peito trago tantos cantos
que nem mil bocas poderiam cantá-los.
Em meu corpo tenho tantas distâncias
que nem mil abraços poderiam cruzá-las.

Mas se suas palavras estranhas
chegarem como amigas, não se preocupe,
as entenderei como meu próprio
sangue que palpita.


- Mauro Luis Iasi -

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A doença que afeta a todos

Se é um bem, porque faz tanto mal?
Pessoas chegam à beira da loucura por conta dele, de uma forma ou de outra;
Por tê-lo ou por falta dele.
Se analisar-mos mais a fundo realmente não é um bem, pois faz guerra, deixa as pessoas viverem na miséria, traz brigas e desunião, morte e tristeza, e quando se tem muito dele, traz solidão e egoísmo.
E como diz uma grande amiga: Quanto mais se conta de tostão a tostão, menos se tem.

Sem ele não comemos, não moramos, não temos saúde e isso é mesmo muito triste.
Desde que me entendo por gente, não se vive sem ele, é impossível.
Estamos mesmo presos a esse sistema capitalista!

Desolados, sem apoio de quem pode apoiar, de quem pode melhorar.
Muitas pessoas gostam de outras pessoas apenas por conta dele, e se você não tem a quantidade considerável que o outro julga ser importante, você não presta e nem tampouco serve para conviver com as mesmas.
Outros acham ser seus donos, apenas por ter um pouco mais do que você.
Ainda sonho em deixar-mos de ser escravos morais destes “tals”, dessas pessoas podres e feias de espírito!

Não vejo problema algum em alguns que se satisfazem com o simples e o necessário
São pessoas desapegadas à essa tal sombra da maldade, pessoas evoluídas.
Ter que cumprir horário, ter que deixar as coisas belas de sua vida passarem como as estações do ano, dói e mastiga noss’alma.

E esse consumismo desenfreado realmente me incomoda.
Pessoas cada dia mais egocêntricas, duras umas com as outras, com almas de pedras.
Tudo, nada mais, nada menos por conta desse pedaço de papel com grande valor material.
Espero nunca pegar essa doença epidêmica que faz matar a essência de cada um de nós, e espero nunca me tornar dependente incondicional dele.

A doença do dinheiro!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O fio do verdadeiro amor

Entrei na sua vida, como um destino entra em uma alma
Almas laçadas com o fio do verdadeiro amor
Ainda nos sentimos com mesma intensidade, a distância é coisa que o tempo e os caminhos percorridos pelo acaso nos proporcionou
365 dias sem tua presença me faz pensar que tudo foi um sonho

Agora tenho a certeza que estará em mim para sempre como um sonho, um mero sonho bom
Daqueles que existem somente com a missão de serem mesmo lindos
Me guiou para grandes caminhos, me deu coragem, me fez ver o mundo que tinha medo de conhecer

Aquele cheiro do verão, aquela areia branca, nossas andanças e sorrisos espontâneos
Coisa de pele, alma e coração, era união
E era tão bom!

O mar, o chão de um parque _ou até mesmo de uma calçada_ era nosso ponto de satisfação
E hoje estamos à descobrir coisas, coisas singulares, eu aqui e você acolá
E o bom mesmo... é deixar tudo como está!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A teimosa da sensação


Hoje tive a sensação
Aquela, teimosa
Boa e ruim

Diacho!

Tinha sumido
Mas a sem vergonha voltou
Como se’u não tivesse mandado ela pra’s bandas de lá

Se tudo pode acontecer, pode acontecer de ser
E não é?
E se não for, não é
Tem frustração não, bobagem
Não há bicho que me faça ter medo de viver, nem tão pouco do que possa acontecer
Mera conseqüência

A gente aprende e faz ficar maduro, pronto pra ser apanhado do pé
Depois faz é arrancar bons sorrisos, pelo o que era tenebroso
E hoje o tal do tenebroso?
Ah... hoje é nada!
Pronto
Tô pronta

O mesmo dia que passa rápido parece durar uma década a cada hora
Coisa de “faniquito”
Logo passa
Vamos no sincronismo do universo, vivendo, porque viver é bom demais
E a sensação logo volta pra’s bandas que ela tem de ficar.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sou


Sou o que sou, não sou o que os outros querem; ou sou
Sou nada e sou tudo
Sou uma jangada no mar, sem tempo previsto de parar, sem rumo _os rumos vem a mim no último momento, na melhor hora_
Sem pressa sigo
Sigo com a certeza, com clareza, com grandeza e dedicação ao meu pequeno/grande coração
Dedicação a meu modo
Modo mancinho, modo tranqüilo, sem pressa
Sou o agora, o depois
Sou o que acontece, faço parte de tudo que gira sem parar
Sou a cidade, a floresta, o céu e a terra, o fogo e a água, a alma e essência
Sou tudo o que desejo ser, sou o otimismo
Sou menina e mulher, juvenil, adulta
Sou emoção, razão, coração limpo, prontidão, imprevisão, previsão
Parte de mim é dia
Outra’parte noite
Me goste “devagarinho”
Admire meu amor pela liberdade, todas elas possíveis
Pois sou um passarinho
Sou sorriso, sou afeto, sou alegria, sou dengo, sou paz
Constelações me fazem viajar
Uma viagem sem tempo previsto para voltar
E nessa viagem...
Continuo, a cada vez mais, amando ser quem SOU!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Olhares




Olhares que capturam lentamente detalhes que passam desapercebidos por outros. Olhares que capturam momentos sem explicação, momentos que em fração de segundos... acabam, como um bater de asas de uma libélula, (libélulas são fadas). Para uns, momentos sem nenhuma importância, para outros, momentos que dizem tudo. Olhei, imaginei, captei, selecionei, publiquei na página da vida, grande importância singular, captação da “aura”.
Recordações...

Olhar, observar, criar, captar momentos indispensáveis, entender o desentendido. Cada ser tem olhares a sua maneira.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Coração pensante

Pensamento que tira meu sossego
Chega “aguniá”
Rouba meus pensamentos com doce sutileza; ao mesmo... como uma devastação da alma
De um carinho de dar gosto, gosto que ficou em mim
Um “chero” bom de fechar os olhos e sentir mesmo quando está longe
De você eu nada sei...
...Imagino
Entrou de mancinho, ligeirinho, suave como uma brisa da manhã, aquela que vem lá do alto da montanha
Que faz suspirar
Que passa em algumas horinhas e faz nos sentir bem o resto do dia
A noite vem...
...Sei que a mesma bela e fascinante lua que me acompanha aqui, te acompanha lá, me faz sonhar
Me despertou, me trouxe de volta, me fez acreditar de novo
Não quero para mim;
E se fosse assim essa magia teria fim
Deixa assim, assim é para sempre
É bom imaginar, sem “estragar” com as verdades ocultas
Flutuante, magia e encanto

Voa, voa que faz bem, satisfaz a alma!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sonhar


Um dia sonhei
Com lugares, pessoas, coisas
E por um bom tempo esses sonhos ficaram dormentes no meu peito, rasgando, deixando tudo cinza e sem graça, sem pé nem cabeça
Um dia eles voltaram
Hoje tudo tem mais vida, mais sentido, mais alegria e emoção
Tenho comigo que temos mais que tudo que seguir os nossos valores, pois são únicos
Somos os únicos responsáveis por optar pelo sistema injusto e maldoso que a sociedade impõe... ou
Optar pelas nossas verdades, prazeres, alegrias
Verdades únicas e pessoais
E isso é só o começo para as grandes realizações que estão por vir!
Pé no chão, sol vermelho, céu tão azul que dá vontade de sonhar e voar pela janela e a mais bela e indispensável... LIBERDADE!