Perfumou-se com aquele que há tempos não borrifava em teu pescoço. Como de costume, os cheiros sempre a levam à passados, desperta-lhe lembranças marcantes de tempos fixados em sua memória. Pensou: tentar entender as coisas é deixar de aceitar a essência de tais, porém, perceber que tudo começa e nada tem fim é um fato que a incomoda, um tanto.
Saiu: fez a entrega de teu trabalho e foi de encontro a seus queridos. Sentiu-se, novamente, bem e um tanto apoplética. Bons papos, pessoas interessantes, inteligentes e gentis. É... por algum momento esqueceu-se de suas âncoras. Sorria, amava, sentia-se leve e viva, pois caminhar com os seus por ruas da cidade/insônia era sempre, muito, prazeroso.
Pronto: passeio feito, satisfação. Voltou à sua morada e como de costume checou seus e-mails, verificou suas notificações e como sempre, nada novo, de novo. Pensou em soluções, pessoas, sonhos que tivera na noite passada. Sonhos da noite passada; tais estes que ainda tentara decifrar suas mensagens ocultas. Novamente lhe vem o cheiro agradável, delicado que tanto lhe leva à ideias de satisfação eternamente projetadas pelas lembranças.
O sono vem chegando, então como sempre faz em madrugadas frias: lava seu corpo para limpar a alma e aquecer os pés, rega suas flores na janela, alimenta seu companheiro felino e dorme com suas lembranças, esperando que venha sonhos bons. Pensa: hoje voltei a desejar um grande amor, sim! Sim: acredito, com a mesma certeza de uma garotinha boba. Sente falta do peito mais macio e acolhedor que tivera e que tanto a amou. Pede ciciando: volte!
Ideias misturadas, asas cansadas.
4-4-2011 / 3h