Seja este o sinal para me esquecerem de todo.
A natureza nunca se recorda, E POR ISSO É BELA.
E se tiverem a necessidade doentia de "interpretar" a erva
[verde sobre a minha sepultura,
Digam que eu continuo a verdecer e a ser natural".
- Alberto Caeiro.
Comentário: poemeto notável pelo que esclarece da poesia de Caeiro - a sua luta contra a necessidade enferma de "interpretar" as coisas conforme essa ou aquela "filosofia". Interpretar uma coisa é já deixar de vê-la, é substituir a coisa pela ideia. Deve, pois, o homem saudável, abster-se de opiniões/interpretações. No entanto, o próprio Caeiro reconhece a dificuldade de tal empreitada: é possível olharmos para as coisas, "vazios" de ideias? Ou seja: é possível "ver" sem interpretar? Ou ver é já ver dessa ou daquela forma?
[in As múltiplas faces de Fernando Pessoa
Editora Núcleo
[in As múltiplas faces de Fernando Pessoa
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